ESCOLA
ESTADUAL DEPUTADO DERVILLE ALLEGRETTI
PLANO DE AULA 2
Período/(Semana): 08 de março a 19 de março
Professor: Dayane Disciplina: Sociologia
Enviar a atividade para o e-mail: daycaras@gmail.com
Atividade
diagnóstica
TEXTO I:
Proibição à burca na França: oprimir para libertar?
(adaptado)
Por Maíra Kubík Mano*, para o Opera Mundi (publicado em 13/04/2011)
Desde segunda-feira, passou a
vigorar, na França, a proibição do uso da burca e do niqab – véu que cobre todo
o rosto, deixando apenas um espaço para os olhos – em espaços públicos.
“Ajo em nome da dignidade da mulher”,
disse o presidente Nicolas Sarkozy. “Esconder o rosto (…) coloca as pessoas em
questão numa situação de exclusão e de inferioridade incompatível com os
princípios de liberdade, igualdade e fraternidade afirmados pela República
Francesa”, completou o primeiro-ministro François Fillon. O discurso de ambos,
assim como de muitos grupos feministas, é de libertação das mulheres, que
seriam oprimidas por seus maridos e pelo Islã.
A iniciativa convenceu a sociedade,
pois, segundo pesquisa realizada pelo Pew Global Attitudes Project, 82% dos
franceses aprovam a proibição da burca e do niqab.
Mas… será que os franceses
perguntaram para as muçulmanas se a burca e o niqab são realmente uma
imposição? Não era uma tarefa muito difícil: a estimativa é que apenas 2.000
mulheres portem essa vestimenta no país. Imagino que a França teria capacidade
operacional de contatar pelo menos 10% delas para uma sondagem inicial.
Além de impor uma taxa de 150 euros
para quem violá-la, determina que qualquer pessoa que force outra a usar a
burca seja punida com um ano de prisão e o pagamento de 30 mil euros. Mas se
supondo, claro, que seja feita alguma denúncia, o que eu tendo a achar bastante
difícil sem um trabalho prévio, por exemplo, de proteção à vítima.
Ou seja, não duvido que elas acabem
ficando em casa porque não podem mais caminhar livremente com sua vestimenta,
seja ela uma opção ou não. E há ainda uma hipótese pior: e se a comunidade
muçulmana decide rechaçar aquelas que seguirem a nova lei, o Estado francês irá
intervir aí também? Provavelmente, não.
O mais complicado, acredito, é que a
França simplesmente desconsidera o fato de que as mulheres muçulmanas têm
cérebro. Ainda as vê como submissas e atrasadas, sem acesso à informação.
Bem, basta olhar as imagens das
revoltas no mundo árabe para perceber que elas estavam, sim, nas ruas,
participando ativamente dos protestos e expressando suas vontades. Salvo
exceções que remontam a tradições tribais ou a regimes ultra-rígidos, como o
saudita, as mulheres islâmicas, assim como as mulheres em todo o mundo, têm
tido acesso às universidades e estão se organizando para modificar sua condição
de vida. Muitas vezes baseadas numa leitura crítica do Corão, e não em sua
rejeição.
Uma demonstração disso podem ser as
muçulmanas que saíram na segunda-feira determinadas a serem presas pelo governo
francês. “Eu quero me vestir como bem entender. Não fico reclamando daquelas
ocidentais que saem por aí seminuas, por que elas têm que questionar o que eu
uso?”, declarou uma delas.
É a partir do momento em que as vemos
como iguais que podemos debater francamente se o uso do véu é ou não uma
opressão, sem imposições legais que atropelem qualquer argumentação. A
proibição da burca e do niqab é um atraso no caminho de um mundo com mais
equidade porque não é construída por meio do diálogo e do convencimento.
*Maíra Kubík Mano é jornalista e mantém o blog Viva
Mulher. Escreveu este artigo a convite do Opera Mundi
Texto II:
O que é
etnocentrismo
A palavra etnocentrismo contém os radicais “etno” (derivado de etnia,
que significa, por sua vez, semelhança de hábitos, costumes e cultura) e
“centrismo” (posição que coloca algo no centro, como referência central a tudo
que está a sua volta). A visão etnocêntrica é aquela que vê o mundo com base em sua própria cultura,
desconsiderando as outras culturas ou considerando a sua como superior às
demais.
Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/etnocentrismo.htm
CHARGE:
Questões:
1) Na sua opinião, o que
teria motivado a proibição da Burca e do Niqab na França?
2) Por que podemos
classificar a posição do governo francês de etnocêntrica? Justifique.
3) Relacione a charge ao
conceito de etnocentrismo estudado.
4) O texto e a charge problematizam a questão da mulher em diferentes
sociedades. Faça uma relação entre os dois e dê a sua opinião sobre o tema.
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