segunda-feira, 15 de março de 2021

 ESCOLA ESTADUAL DEPUTADO DERVILLE ALLEGRETTI 

PLANO DE AULA 2 

 

Professor: Jose Carlos Jeronimo     Disciplina: Sociologia  

 

Anos (séries): 2º ano B, C e D do Ensino Médio 

 

Período/(Semana): 15/02 a 19/02 e 08/03 a 19/03 

 

 

Leitura para realizar a atividade: 

A construção social da identidade 

Durante a vida, o indivíduo passa por diferentes experiências, absorvem diferentes vivências, que fazem com que modifique a sua relação com o mundo, daí o caráter processual (processo) de toda construção da identidade. Por isso é possível dizer que nunca somos, mas sempre estamos. Infelizmente, usamos no nosso dia-a-dia o verbo “ser” para nos definir, mas na verdade deveríamos usar o “estar”. Isso é parte do caráter do processo da identidade.  

Portanto, devemos entender que a construção da identidade de uma pessoa só acaba com a sua morte. À medida que ela passa por diferentes situações (criança, jovem, adulto, filho, mãe, pai, avó, avô, aposentado, desempregado, empregado, empregador, entre outras), vai incorporando diferentes papéis e atitudes diante da vida, do mundo e de si mesma. 

Ao construir sua identidade, a pessoa cria uma identidade para si e uma identidade para o outro.  

Ou seja, existe a forma por meio da qual ela se vê e existe a maneira pela qual os outros a vêm. Às vezes uma coincide com a outra e em outros casos, não.  

De qualquer forma, ambas se interligam, mas isso não ocorre de forma simples. Nunca é possível ter certeza de que a sua identidade para você concorda com a sua identidade para os outros. 

“Todas as nossas comunicações com os outros são marcadas pela incerteza: posso tentar me colocar no lugar dos outros, tentarem adivinhar o que pensam de mim, até mesmo imaginar o que eles acham que penso deles. Não posso estar na pele deles. Eu nunca posso ter certeza de que minha identidade para mim coincide com minha identidade para o Outro. A identidade nunca é dada, ela sempre é construída e deverá ser (re) construída em uma incerteza maior ou menor e mais ou menos duradoura”. 

O ser humano não é fruto só do seu olhar sobre si próprio, mas também do olhar e da compreensão dos outros sobre ele. Ele é identificado pelo outro, mas isso não significa que as pessoas devam aceitar ou que aceitem essa identificação. 

Isso pode gerar uma série de problemas. Nós podemos nos ver de um jeito e as pessoas de outro, uma vez que a mensagem que transmitimos por meio de comunicação não expressa necessariamente o que gostaríamos que expressasse. 

 

O caráter culturalmente construído pela humanidade 

 O que todos nós temos em comum é a capacidade de nos diferenciarmos um dos outros e de vivermos essa experiência, que é a de ser humano da forma mais variada possível, por meio da imersão nas mais diferentes culturas. Logo, o que nos liga são as nossas diferenças, e elas são dadas pela cultura. 

Toda cultura é uma construção histórica e social. Nossos hábitos, costumes, maneiras de agir, sentir, viver e até morrer são culturalmente estabelecidos. 

É histórica porque varia de uma época para outra, porque demorou muito para ser o que é. É social porque é partilhada por um grupo. 

Se apenas um grupo ou alguns grupos consideram uma forma de agir, pensar e sentir como natural, então o indivíduo (aluno) pode ter certeza de que não se trata de algo natural e, sim cultural. Tudo o que é natural para uns e não para outros, não é natural. Pois natural seria o que faz parte da natureza humana, ou seja, deveria ser o que é compartilhado por todos os seres humanos. 

Já, o etnocentrismo quanto os indivíduos olham o mundo (observam e avaliam o outro) com os olhos ou as lentes, dados por nossa cultura. 

Nesse sentido, todos nós somos etnocentrismo. Uns mais e outros menos. O problema do etnocentrismo é que ele não nos permite compreender como os outros pensam, já que de antemão eu julgo os outros conforme os meus padrões, de acordo com os valores e ideais partilhados pela minha cultura. 

O relativismo cultural é a postura segundo a qual você procura relativizar sua maneira de agir, pensar e sentir e assim se colocar no lugar do outro. “Relativizar” significa que você estabelece uma espécie de afastamento, distanciamento ou estranhamento diante de seus valores, para conseguir compreender a lógica dos valores do outro.  

Ou seja, é preciso assumir uma postura de distanciamento ou afastamento diante de seu modo de pensar, agir e sentir (é tentar se colocar no lugar do outro e compreender como ele pensa). 

Essa atitude não é fácil, pois são poucas as pessoas dispostas a questionar ou ao menos deixar de lado sua maneira de agir, pensar e sentir. 

Essa atitude não é fácil, pois quando nós dizemos que o outro é inferior, automaticamente nos colocamos em uma posição de superioridade. E, se somos superiores, somos os corretos, os melhores. Pois, quando olhamos o outro e procuramos genuinamente compreendê-la na sua diferença, muitas vezes não olhamos somente para este outro. 

Olhamos para nós mesmos. Ao aceitar o outro na sua diferença muitas vezes é levado a refletir sobre nós. Verificamos que existem outras possibilidades de existência, outras formas de ver e pensar o mundo e que a nossa é uma entre muitas. Não é a única possível e talvez nem a melhor. 

Por quê somos diferentes? 

Na maioria das vezes o senso comum acredita que a diferença é fruto do meio físico ou de fatores biológicos. Os que acreditam que a diferença ocorre por conta do meio físico são os adeptos do determinismo geográfico e os que dizem que é uma questão biológica são adeptos do determinismo biológico. Ambas são explicações a ser evitadas. 

O determinismo geográfico pode ser definido como a postura segundo a qual se acredita que as diferenças de ambiente físico condicionam totalmente a diversidade cultural. Ou seja, segundo essa postura, os homens são diferentes, pois habitam áreas geográficas diferentes: umas mais frias, outras mais quentes, umas mais próximas ao mar, outras altas etc. para os adeptos dessa postura, o meio físico condiciona totalmente o comportamento do homem. Assim, acreditam, por exemplo, que pessoas que moram em regiões quentes são mais preguiçosas, por conta do calor, entre outros preconceitos. 

 O meio físico, em parte, influencia uma cultura. Ou seja, existem elementos em nossa cultura que são influenciados pelo meio. Mas o meio não condiciona totalmente uma cultura. Por exemplo, a Suécia, Noruega, Finlândia e Dinamarca são os países que compõem a Península Escandinava, eles têm o mesmo clima, e um relevo muito parecido, assim como a fauna e a flora. Mesmo assim, possuem culturas diferentes e línguas diferentes: há sueco, o dinamarquês, o finlandês e o norueguês. 

 O determinismo biológico é outro grande equívoco, pois, segundo a qual as diferenças genéticas determinam as diferenças culturais. Essa é a velha história de que “o homem é o que é, pois isso estaria no sangue”, ou seja, todas as diferenças entre duas pessoas seriam estabelecidas por meio dos nossos genes. A partir desse tipo de raciocínio, cria-se uma série de estereótipos, tais como: os judeus e os árabes nascem para negociar; os alemães são bons de cálculo; os norte-americanos são todos empreendedores etc. E a justificativa são a de que isso estaria no seu sangue. 

  Mas isso é um grande equívoco, por várias razões: a primeira razão é dada pelos avanços dos estudos genéticos que mostraram que os seres humanos são muitos parecidos e muito diferentes entre si do ponto de vista genético, pois em termos da porcentagem total de material genético, a variação genética entre dois seres humanos é inferior a 1%. 

Se transportamos para a Bolívia um bebê inglês e o criarmos ali com outros pais, ele desenvolverá os hábitos, a maneira de falar e de raciocinar típicos do lugar. Não gostará de comer a comida que seus pais biológicos ingleses apreciam e nem pensará como um inglês, pois assumirá os hábitos e costumes da família boliviana que o criou. 

              Mesmo determinadas doenças, para as quais o ser humano tenha predisposição genética, poderão não se manifestar, impedidas possivelmente pelos hábitos alimentares e de vida, adquiridos em nova cultura, região ou até mesmo país. 

 

Atividades:   

  1. 1. O que é a construção social da identidade? 

  1. 2. Por que as relações humanas são importantes para a construção social da identidade? 

 

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