ESCOLA
ESTADUAL DEPUTADO DERVILLE ALLEGRETTI
PLANO DE AULA
Professor: Jose
Carlos Jeronimo
Anos (séries): 2º ano B, C, D e E
Período/(Semana): 15/02 a 19/02 e 08/03 a 19/03
Enviar atividade para: josejeronimo@prof.educacao.sp.gov.br
TÍTULO: Introdução à Ética: o eu racional.
OBJETIVOS: Questionar a realidade social e planejar ações de intervenção solidária.
CONTEÚDO:
• A importância e
significado do ato de duvidar;
• Caracterização
do racionalismo de Descartes;
• Da dúvida à
certeza: o método cartesiano.
BREVE BIOGRAFIA:
René Descartes (1596 - 1650) foi um filósofo,
físico e matemático francês. Autor da frase: "Penso, logo existo". É
considerado o criador do pensamento cartesiano, sistema filosófico que deu
origem à Filosofia Moderna. Sua preocupação era com a ordem e a clareza.
DÚVIDA METÓDICA E
O COGITO
Descartes afirmava
que, para conhecer a verdade, é preciso, de início, colocar todos os nossos
conhecimentos em dúvida. É necessário questionar tudo e analisar,
criteriosamente, se existe algo na realidade de que possamos ter plena certeza.
Fazendo uma
aplicação metódica da dúvida, o filósofo foi considerando como incertas todas
as percepções sensoriais, todas as noções adquiridas sobre os objetos
materiais. E prosseguiu assim, colocando cada vez mais em dúvida a existência
de tudo que constitui a realidade e o próprio conteúdo dos pensamentos.
RACIONALISMO
CARTESIANO
Finalmente,
estabeleceu que a única verdade totalmente livre de dúvida era a seguinte: meus
pensamentos existem. E em seguida observou que a existência desses pensamentos
se confundia com a essência da sua própria existência como ser pensante. Disso
decorreu a célebre conclusão de Descartes: cogito ergo sum (em latim) ou,
“penso logo existo”.
Para Descartes,
esse Penso, logo existo seria uma verdade absolutamente firme, certa e segura,
que, por isso mesmo, deveria ser adotada como princípio básico de toda a sua
filosofia.
O termo pensamento
utilizado por Descartes tem um sentido bastante amplo, abrangendo tudo o que
afirmamos, negamos, sentimos, imaginamos, cremos e sonhamos. Assim, o ser
humano era, para ele, uma substância essencialmente pensante.
Da afirmação
cartesiana” Penso, logo existo”, que ficou conhecida como cogito, podemos
extrair esta importante consequência ou corolário (proposição ou sentença que
se deduz de uma outra): o pensamento (consciência) é algo mais certo que
própria matéria corporal. Note-se quer é a partir do penso que ele conclui
“logo existo”.
Recomendava que
desconfiássemos das percepções sensoriais, responsabilizando-as pelos
frequentes erros do conhecimento humano. Dizia que o verdadeiro conhecimento
das coisas externas deveria ser conseguido através do trabalho lógico da mente.
Nesse sentido, considerava que, no passado, dentre todos os homens que buscavam
a verdade nas ciências, “só os matemáticos puderam encontrar algumas
demonstrações, isto é, algumas razões certas e evidentes".
O MÉTODO
CARTESIANO
Da sua obra Discurso
do método, podemos destacar quatro regras básicas, consideradas por Descartes,
capazes de conduzir o espírito na busca de verdade:
1.
Regra
da evidência- só aceitar algo como verdadeiro desde que seja absolutamente
evidente por sua clareza e distinção. Estas ideias claras e distintas,
Descartes as encontra na sua própria atividade mental, independentemente das
percepções sensoriais externas. Isso faz Descartes propor a existência das
ideias inatas (ideias cujas estruturas já nascemos com elas), que são
plenamente racionais. Exemplo dessas ideias: as ideias matemáticas, as noções
de gerais de extensão e movimento, a ideia de infinito etc. O exemplo mais
célebre de ideia inata cartesiana está expresso na fórmula: Penso, logo existo.
2. Regra da
análise - dividir cada uma das dificuldades surgidas em tantas partes quantas
forem necessárias para resolvê-las melhor.
3. Regra da
síntese - ordenar o raciocínio indo dos problemas mais simples para os mais
complexos.
4. Regra da
enumeração- realizar verificações completas e gerais para ter absoluta
segurança de que nenhum aspecto do problema foi omitido.
Atividades:
INSTRUMENTO
AVALIATIVO
1. Ao analisar a
afirmação “penso, logo existo”, de René Descartes, conclui-se que:
a) a existência da
mente, do eu pensante, é uma verdade clara e distinta.
b) Descartes
conclui que existe a partir da observação empírica do pensamento de outras
pessoas.
c) a própria
existência do sujeito que pensa é considerada uma verdade óbvia para o
filósofo, sobre a qual não é necessário refletir ou questionar.
d) Descartes
consegue demonstrar com isso que o mundo exterior não existe, apenas o eu
pensante
2.
O filósofo francês René Descartes escreveu o seguinte
em seu Discurso do Método:
“Logo que adquiri
algumas noções gerais relativas à Física, julguei que não podia mantê-las
ocultas, sem pecar grandemente contra a lei que nos obriga a procurar o bem
geral de todos os homens. Pois elas me fizeram ver que é possível chegar a
conhecimentos que sejam úteis à vida e assim nos tornar como que senhores e
possuidores da natureza. O que é de desejar, não só para a invenção de uma
infinidade de utensílios, que permitiriam gozar, sem qualquer custo, os frutos
da terra e de todas as comodidades que nela se acham, mas principalmente também
para a conservação da saúde, que é sem dúvida o primeiro bem e o fundamento de
todos os outros bens desta vida.”
Assinale a
alternativa que resume o pensamento de Descartes.
a. O conhecimento
deve ser mantido oculto para evitar que seja empregado para dominar a natureza.
b. O conhecimento
da natureza satisfaz apenas ao intelecto e não é capaz de alterar as condições
da vida humana.
c. Nosso intelecto
é capaz de conhecer a natureza.
d. O conhecimento
e o domínio da natureza devem ser empregados para satisfazer as necessidades
humanas e aperfeiçoar nossa existência.
3. Em O Discurso
sobre o método, Descartes afirma:
Não se deve acatar
nunca como verdadeiro aquilo que não se reconhece ser tal pela evidência, ou
seja, evitar acuradamente a precipitação e a prevenção, assim como nunca se deve
abranger entre nossos juízos aquilo que não se apresente tão clara e
distintamente à nossa inteligência a ponto de excluir qualquer possibilidade de
dúvida.
(REALE, G.;
ANTISERI, D. História da filosofia: Do humanismo a Descartes. Tradução de Ivo
Storniolo. São Paulo: Paulus, 2004. p. 289.)
Após a leitura do
texto acima, assinale a alternativa correta.
a) A evidência, apesar de apreciada por
Descartes, permanece uma noção indefinível.
b) A evidência é a
primeira regra do método cartesiano, mas não é o princípio metódico
fundamental.
c) Ideias claras e
distintas são o mesmo que ideias evidentes.
d) A evidência não
é um princípio do método cartesiano.
4. É correto afirmar sobre a teoria do
conhecimento cartesiana que:
a) Descartes não
utiliza um método ou uma estratégia para estabelecer algo de firme e certo no
conhecimento, já que suas opiniões antigas eram incertas
b) Descartes
considera que não é possível encontrar algo de firme e certo nas ciências, pois
até então esse objetivo não foi atingido.
c) Descartes, ao
rejeitar o que a tradição filosófica considerou como conhecimento, busca
fundamentar nos sentidos uma base segura para as ciências.
d) ao investigar
uma base firme e indestrutível para o conhecimento, Descartes inicia rejeitando
suas antigas opiniões e utiliza o método da dúvida até encontrar algo de firme
e certo.
5. Na obra
Discurso sobre o método, René Descartes propôs um novo método de investigação
baseado em quatro regras fundamentais, inspiradas na geometria: evidência,
análise, síntese, controle.
Assinale a
alternativa que contenha corretamente a descrição das regras de análise e
síntese.
a) A regra da análise orienta a enumerar
todos os elementos analisados; a regra da síntese orienta decompor o problema
em seus elementos últimos, ou mais simples.
b) A regra da análise orienta a decompor
cada problema em seus elementos últimos ou mais simples; a regra da síntese
orienta ir dos objetos mais simples aos mais complexos.
c) A regra da análise orienta a remontar
dos objetos mais simples até os mais complexos; a regra da síntese orienta
prosseguir dos objetos mais complexos aos mais simples.
d) A regra da síntese orienta a acolher
como verdadeiro apenas aquilo que é evidente; a regra da análise orienta
descartar o que é evidente e só orientar-se, firmemente, pela opinião.
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