segunda-feira, 15 de março de 2021

 

ESCOLA ESTADUAL DEPUTADO DERVILLE ALLEGRETTI

PLANO DE AULA

Professor: Jose Carlos Jeronimo       Disciplina: Filosofia

Anos (séries): 2º ano B, C, D e E

Período/(Semana): 15/02 a 19/02 e 08/03 a 19/03

Enviar atividade para: josejeronimo@prof.educacao.sp.gov.br

TÍTULO: Introdução à Ética: o eu racional.

OBJETIVOS: Questionar a realidade social e planejar ações de intervenção solidária.

CONTEÚDO:

• A importância e significado do ato de duvidar;

• Caracterização do racionalismo de Descartes;

• Da dúvida à certeza: o método cartesiano.

 

BREVE BIOGRAFIA:

René Descartes (1596 - 1650) foi um filósofo, físico e matemático francês. Autor da frase: "Penso, logo existo". É considerado o criador do pensamento cartesiano, sistema filosófico que deu origem à Filosofia Moderna. Sua preocupação era com a ordem e a clareza.

 

DÚVIDA METÓDICA E O COGITO

Descartes afirmava que, para conhecer a verdade, é preciso, de início, colocar todos os nossos conhecimentos em dúvida. É necessário questionar tudo e analisar, criteriosamente, se existe algo na realidade de que possamos ter plena certeza.

Fazendo uma aplicação metódica da dúvida, o filósofo foi considerando como incertas todas as percepções sensoriais, todas as noções adquiridas sobre os objetos materiais. E prosseguiu assim, colocando cada vez mais em dúvida a existência de tudo que constitui a realidade e o próprio conteúdo dos pensamentos.

 

RACIONALISMO CARTESIANO

Finalmente, estabeleceu que a única verdade totalmente livre de dúvida era a seguinte: meus pensamentos existem. E em seguida observou que a existência desses pensamentos se confundia com a essência da sua própria existência como ser pensante. Disso decorreu a célebre conclusão de Descartes: cogito ergo sum (em latim) ou, “penso logo existo”.

Para Descartes, esse Penso, logo existo seria uma verdade absolutamente firme, certa e segura, que, por isso mesmo, deveria ser adotada como princípio básico de toda a sua filosofia.

O termo pensamento utilizado por Descartes tem um sentido bastante amplo, abrangendo tudo o que afirmamos, negamos, sentimos, imaginamos, cremos e sonhamos. Assim, o ser humano era, para ele, uma substância essencialmente pensante.

Da afirmação cartesiana” Penso, logo existo”, que ficou conhecida como cogito, podemos extrair esta importante consequência ou corolário (proposição ou sentença que se deduz de uma outra): o pensamento (consciência) é algo mais certo que própria matéria corporal. Note-se quer é a partir do penso que ele conclui “logo existo”.

Recomendava que desconfiássemos das percepções sensoriais, responsabilizando-as pelos frequentes erros do conhecimento humano. Dizia que o verdadeiro conhecimento das coisas externas deveria ser conseguido através do trabalho lógico da mente. Nesse sentido, considerava que, no passado, dentre todos os homens que buscavam a verdade nas ciências, “só os matemáticos puderam encontrar algumas demonstrações, isto é, algumas razões certas e evidentes".

 

O MÉTODO CARTESIANO

Da sua obra Discurso do método, podemos destacar quatro regras básicas, consideradas por Descartes, capazes de conduzir o espírito na busca de verdade:

1.                Regra da evidência- só aceitar algo como verdadeiro desde que seja absolutamente evidente por sua clareza e distinção. Estas ideias claras e distintas, Descartes as encontra na sua própria atividade mental, independentemente das percepções sensoriais externas. Isso faz Descartes propor a existência das ideias inatas (ideias cujas estruturas já nascemos com elas), que são plenamente racionais. Exemplo dessas ideias: as ideias matemáticas, as noções de gerais de extensão e movimento, a ideia de infinito etc. O exemplo mais célebre de ideia inata cartesiana está expresso na fórmula: Penso, logo existo.

2. Regra da análise - dividir cada uma das dificuldades surgidas em tantas partes quantas forem necessárias para resolvê-las melhor.

3. Regra da síntese - ordenar o raciocínio indo dos problemas mais simples para os mais complexos.

4. Regra da enumeração- realizar verificações completas e gerais para ter absoluta segurança de que nenhum aspecto do problema foi omitido.

Atividades:

INSTRUMENTO AVALIATIVO

1. Ao analisar a afirmação “penso, logo existo”, de René Descartes, conclui-se que:

a) a existência da mente, do eu pensante, é uma verdade clara e distinta.

b) Descartes conclui que existe a partir da observação empírica do pensamento de outras pessoas.

c) a própria existência do sujeito que pensa é considerada uma verdade óbvia para o filósofo, sobre a qual não é necessário refletir ou questionar.

d) Descartes consegue demonstrar com isso que o mundo exterior não existe, apenas o eu pensante

2.      O filósofo francês René Descartes escreveu o seguinte em seu Discurso do Método:

“Logo que adquiri algumas noções gerais relativas à Física, julguei que não podia mantê-las ocultas, sem pecar grandemente contra a lei que nos obriga a procurar o bem geral de todos os homens. Pois elas me fizeram ver que é possível chegar a conhecimentos que sejam úteis à vida e assim nos tornar como que senhores e possuidores da natureza. O que é de desejar, não só para a invenção de uma infinidade de utensílios, que permitiriam gozar, sem qualquer custo, os frutos da terra e de todas as comodidades que nela se acham, mas principalmente também para a conservação da saúde, que é sem dúvida o primeiro bem e o fundamento de todos os outros bens desta vida.”

Assinale a alternativa que resume o pensamento de Descartes.

a. O conhecimento deve ser mantido oculto para evitar que seja empregado para dominar a natureza.

b. O conhecimento da natureza satisfaz apenas ao intelecto e não é capaz de alterar as condições da vida humana.

c. Nosso intelecto é capaz de conhecer a natureza.

d. O conhecimento e o domínio da natureza devem ser empregados para satisfazer as necessidades humanas e aperfeiçoar nossa existência.

3. Em O Discurso sobre o método, Descartes afirma:

Não se deve acatar nunca como verdadeiro aquilo que não se reconhece ser tal pela evidência, ou seja, evitar acuradamente a precipitação e a prevenção, assim como nunca se deve abranger entre nossos juízos aquilo que não se apresente tão clara e distintamente à nossa inteligência a ponto de excluir qualquer possibilidade de dúvida.

(REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: Do humanismo a Descartes. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2004. p. 289.)

Após a leitura do texto acima, assinale a alternativa correta.

a)  A evidência, apesar de apreciada por Descartes, permanece uma noção indefinível.

b) A evidência é a primeira regra do método cartesiano, mas não é o princípio metódico fundamental.

c) Ideias claras e distintas são o mesmo que ideias evidentes.

d) A evidência não é um princípio do método cartesiano.

 4. É correto afirmar sobre a teoria do conhecimento cartesiana que:

a) Descartes não utiliza um método ou uma estratégia para estabelecer algo de firme e certo no conhecimento, já que suas opiniões antigas eram incertas

b) Descartes considera que não é possível encontrar algo de firme e certo nas ciências, pois até então esse objetivo não foi atingido.

c) Descartes, ao rejeitar o que a tradição filosófica considerou como conhecimento, busca fundamentar nos sentidos uma base segura para as ciências.

d) ao investigar uma base firme e indestrutível para o conhecimento, Descartes inicia rejeitando suas antigas opiniões e utiliza o método da dúvida até encontrar algo de firme e certo.

5. Na obra Discurso sobre o método, René Descartes propôs um novo método de investigação baseado em quatro regras fundamentais, inspiradas na geometria: evidência, análise, síntese, controle.

Assinale a alternativa que contenha corretamente a descrição das regras de análise e síntese.

a)         A regra da análise orienta a enumerar todos os elementos analisados; a regra da síntese orienta decompor o problema em seus elementos últimos, ou mais simples.

b)         A regra da análise orienta a decompor cada problema em seus elementos últimos ou mais simples; a regra da síntese orienta ir dos objetos mais simples aos mais complexos.

c)         A regra da análise orienta a remontar dos objetos mais simples até os mais complexos; a regra da síntese orienta prosseguir dos objetos mais complexos aos mais simples.

d)        A regra da síntese orienta a acolher como verdadeiro apenas aquilo que é evidente; a regra da análise orienta descartar o que é evidente e só orientar-se, firmemente, pela opinião.

 

 

 

 

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